sexta-feira, dezembro 01, 2006

Canção do camelo




desse deserto conheço cada grão de areia
à noite me segue sempre a mesma estrela
você é meu oásis e minha tâmara
rara como brisa em flor de âmbar



estou vivo dentro de uma natureza morta
não reconheço minhas próprias pegadas
nem a impressão de minha passadas passadas
atalhos que me trarão de volta



do alto, você chamusca o chão que eu piso
minha sombra é uma nuvem de gafanhotos
por esse mar arenoso eu deslizo



a sede dos meus cantis rotos
bebe a areia que virou vidro
e eu blatero ao sol meus perdigotos!


Marcos Prado & Edson de Vulcanis

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